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Voit Entrevista: Susi Saito

Voit Entrevista: Susi Saito
Voit - Todas as modalidades, infinitas possibilidades
abr. 30 - 10 min de leitura
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Vamos de bike? A bicicleta  sempre esteve presente nas nossas vidas, ganhamos a nossa primeira magrela na infância e por muito tempo se torna a nossa melhor amiga. Porém, Infelizmente, ao chegar à fase adulta muitos abandonam essa velha companheira por enxergarem outros meios de transporte como uma evolução natural: minhas primeiras voltinhas são de bike, depois de ônibus, moto, carro, avião, helicóptero e etc.

Porém, a pandemia mudou a nossa forma de ver o mundo e trouxe  de volta o protagonismo das bikes e com isso muitas pessoas resgataram as suas velhas amigas de suas garagens e passaram a rodar com elas pelas cidades. Descobrimos não apenas um meio de transporte com baixo risco de contaminação pelo coronavírus, mas também como aliar funcionalidade ao lazer. 

Dentro desse cenário, nós aproveitamos a oportunidade de destacar o universo de possibilidades que existe em cima de duas rodas e conversamos com a Susi Saito, uma cicloviajante apaixonada, para falar sobre a sua experiência e usar isso para incentivar mais e mais pessoas a mergulharem de cabeça nessa prática tão prazerosa! 

Trajetória de Susi

Susi Saito tem 54 anos, é formada em Educação Física e começou no mundo do ciclismo quando foi proibida de correr. A cicloviajante relata que começou a praticar a corrida de rua em 2007, no ano seguinte passou a participar de maratonas e em 2014 participou pela primeira vez de provas de Corrida de Aventura. Apesar de ter muitos amigos que utilizam a bicicleta como lazer e meio de transporte, naquele tempo, nem imaginaria que iria aderir ao uso da magrela.

                                                Susi na Maratona de Curitiba

A ciclista, na época que praticava corridas de rua, sofreu algumas lesões em decorrência da prática e também teve o agravamento de antigas lesões consequentes do acidente que sofreu há muitos anos, com isso,  foi forçada a praticamente abandonar o esporte por orientação médica, mas por ser muito apaixonada pelas provas decidiu acompanhá-las de bicicleta porque era a sua única opção. Anos mais tarde ela voltou a praticar corrida de rua e acabou deixando o ciclismo de lado, mas tempos depois voltou a se interessar por esse universo e foi levando lado a lado a corrida e o ciclismo. Hoje, Susi relata que a sua maior paixão é o Cicloturismo e sempre que possível planeja alguma cicloviagem que pode ser uma Mini Ciclo Trip com duração de poucos dias, até viagens um pouco mais estendidas.

                                      Ilha da Madeira Corrida de Montanha

O que é a cicloviagem?

Ao definir esse conceito Susi brinca que o significado está na própria palavra e define a diferença de cicloviagem e cicloturismo: “Cicloturismo é o conceito geral que engloba tudo. Cicloturismo é viajar de bicicleta.  E que pode compreender desde um passeio de bicicleta por locais turísticos até às cicloviagens onde você percorre a viagem de bicicleta com autonomia. Levando sua bagagem que pode incluir roupas, comidas e a ‘cozinha’ quando é preciso cozinhar durante a viagem. E o ‘quarto’ que seria a barraca, saco de dormir e isolante térmico para poder dormir no caminho acampando, sem necessitar buscar uma hospedagem formal.”

                        Praia Porto de Galinhas Cicloviagem solo

A independência da cicloviagem

Susi conta que gosta de viajar solo, ou seja, sozinha. Para ela, esta experiência traz um autoconhecimento muito positivo: “Para quem tem medo de viajar sozinho, pela segurança, é uma experiência transformadora. Viajar sozinha proporciona-nos aprender a aproveitar a nossa própria companhia e nos autoconhecer. Estamos tão acostumados à rotina que é difícil se desconectar, e o Cicloturismo traz isso.”

Cuidados na prática esportiva ou de atividades físicas 

Para Susi, assim como em qualquer outro esporte, é fundamental a orientação de um especialista. A esportista relata que já sofreu com algumas lesões e isso pode acontecer se não houver conhecimento técnico da atividade e orientação adequada de um profissional.

Para as estradas a cicloviajante também fala sobre a importância dos equipamentos de segurança: “Retrovisor é fundamental para transitar tanto na cidade, em área urbana, como nas estradas, é tão importante quanto o capacete. A virada para trás para ver se há a aproximação de veículos pode desiquilibrar e uma queda na estrada pode se fatal. Na cidade e na viagem é importante. Também é preciso procurar usar roupas com cores ou equipamentos com refletivos para potencializar que os motoristas enxerguem de longe, principalmente nas estradas.”

Concluindo esse tema, Susi conta que o mais importante é começar: “Sempre inventamos muitas desculpas para começar algo que nos faça bem. Precisamos nos priorizar e o esporte e a atividade física é um caminho para esta busca.”

Segurança do cicloviajante 

Segundo Susi, andar de bicicleta nas estradas é estar tão sujeito a violência quanto caminhar na rua. Mesmo assim ela adota algumas medidas de segurança: “É recomendável não dar muitas informações quando se conversa na estrada. Como dizer que está viajando sozinha. É interessante mapear a região, prever caminhos que possam ser feitos. Estradas, percursos a serem passados. Mesmo que haja mudanças de planos em relação aos locais por onde vai se passar, é bom pesquisar a região. Também é interessante ter contato com amigos e lhes informar a localização. A saída, a previsão de chegada. E pode-se enviar, também, a localização em tempo real para que alguém esteja acompanhando o trajeto do dia.”

Incentivo ao esporte no Brasil e mobilidade urbana 

Susi tem uma visão particular sobre o incentivo ao uso de bike no Brasil: “A bicicleta deveria ser reconhecida no Brasil como algo muito importante. Ela é fundamental para a  mobilidade urbana e no lazer, podemos afirmar que quase todo mundo praticou na infância e depois abandonou. É como se fosse um degrau de evolução: bicicleta, moto e carro. Para a mobilidade urbana a bicicleta é vista como última opção, mas não é. É questão de funcionalidade e sustentabilidade. Mesmo com o boom da bike na pandemia, ela continua sendo vista apenas como objeto de lazer e não como uma solução viável para a mobilidade urbana. Portanto, ciclovias jamais deveriam ser fechadas.”

Livro: “Alma Cicloviajante - Uma aventura pelo Vale Europeu”

O livro escrito por Susi Saito,”Alma Cicloviajante - Uma aventura pelo Vale Europeu”, traz o relato de sua primeira cicloviagem, que foi realizada em 2015 no Circuito do Vale Europeu:

 “Não se surpreenda! Este livro fala de cicloviagem. Mas não é de cicloviagem. O cenário é de trilha, serra, cachoeira. Mas fala de vida, pensares, de reflexões, de sentimentos, de anseios, de desejos e segredos. Descreve uma mulher viajando sozinha. Mas revela diversos personagens ao longo de sua vida. Percorre estradas de terra empedradas. Mas, verdadeiramente, percorre caminhos cujas pedras foram transformadas em degraus de passagem. Pensava falar de uma cicloviajante, mas surpreende com o desnudar de uma escritora.

Desafio você, curioso, aspirante, apaixonado assumido, leigo no cicloturismo, desavisado passante que topou com esta leitura. Viaje comigo pelos caminhos do Vale Europeu. Siga as setas amarelas, ao mesmo tempo em que desvenda suas próprias setas invisíveis do seu caminho. Experimente o suor, o cansaço misto com o prazer de vencer as subidas e se esbaldar com o vento na cara e o friozinho na barriga nas descidas marotas. Partilhe comigo das boas prosas, das risadas, do turbilhão de sentimentos provocados ao vivenciar o acolhimento de pessoas, o deslumbre diante de paisagens, ao mesmo tempo, tão simples e singelas e tão majestosas. Emocione-se com o aflorar da conversa sincera e carregada de tantos segredos e sonhos esquecidos. E vivencie, você mesmo, o encontro com a sua voz interior, sua melhor companhia!

O desbravar da estrada afora permitiu o desabrochar adentro. Uma viagem para cada leitor se identificar em detalhes sutis, narrados pela menina, pela mulher, pela mãe e filha e viajante. Que se faz, enfim, personagem de sua própria história!" 

A respeito do livro, Susi complementa que, além de apresentar informações técnicas como distâncias, perfil altimétrico, locais de parada e repouso, descrições detalhadas dos lugares, o livro fala das pessoas conhecidas. Remete a reflexão que cada um pode mergulhar durante a leitura, fazendo um paralelo com a sua própria vida.

Podcast - Alma Cicloviajante

Segundo Susi, a produção de episódios de Podcasts se deu como uma extensão do trabalho de comunicação escrita que já acontecia através do seu blog e de publicações em redes sociais. A palavra escrita suscita a imaginação e é riquíssima! Porém, o recurso obtido pelo áudio proporciona explorar os recursos da fala, da entonação de voz, possibilitando a expressão de sentimentos de uma forma mais rica. No Canal de Podcasts, há episódios de assuntos relacionados a viagem, ao cotidiano e relatos de viagens de Cicloviajantes.

                                                  Podcast disponível em: https://open.spotify.com/show/1hzkC3uzMMYYTXfeAn1o2O?si=r3tOZ5gnSCqhPRJ28C5KJw&utm_source=copy-link.

 

A Voit espera que esse conteúdo te seja útil e que sirva de incentivo para você conhecer cada vez mais sobre o Cicloturismo e a prática das atividades possíveis com uma bicicleta. E por favor, não esqueça de acompanhar nas redes sociais o trabalho maravilhoso que a Susi tem desenvolvido: @gloriaadgloria.

Lembrando que esse espaço é colaborativo. Você, que também está evoluindo nas práticas esportivas, escreva no Mundo Voit e compartilhe experiência com outros Voiters, para que possamos evoluir cada vez mais, juntos!

 

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